Morangos Mofados

Morangos Mofados é um livro de literatura recente, escrita pelo Caio Fernando
Abreu, e publicado na época do regime miltar.
O livro é marcado por mensagens subliminares. Compreendendo a analogia do autor,
a parte 'O Mofo' mostra toda a podridão, putrefamento das pessoas, e a melancolia
do dia-a-dia; em 'Os Morangos' ele mostra o azedo do cotidiano, e reúne esses elementos
em seus 'morangos mofados'.
Ainda não terminei de ler o livro por dois motivos: difícil de ser retirado de uma biblioteca,
e precisa de bastante cuidado em analisar os textos.

Notadoriamente, vê-se que de alguma forma ele consegue buscar em você alguma
falha, e explorá-la como ninguém. A seguir, dois trechos que eu gostei muito:

"[...]ah não me venha com essas histórias de atraiçoamos-todos-os-nossos-ideais,
eu nunca tive porra nenhuma de ideal nenhum, eu só queria era salvar a minha, veja
só que coisa mais individualista elitista capitalista, eu só queria era ser feliz, cara, gorda,
burra, alienada e completamente feliz."
(Morangos Mofados, Caio Fernando Abreu, p.19)

"Tão geladas as pernas e os braços e a cara que eu pensei em abrir a garrafa para beber um gole, mas não queria chegar na casa dele meio bêbado, hálito fedendo, não queria que ele pensasse que eu andava bebendo, e eu andava, todo dia um bom pretexto, e fui pensando também que ele ia pensar que eu andava sem dinheiro, chegando a pé naquela chuva toda, e eu andava, estômago dolorido de fome, e eu não queria que ele pensasse que eu andava insone, e eu andava, roxas olheiras, teria que ter cuidado com o lábio inferior ao sorrir, se sorrisse, e quase certamente que sim, quando o encontrasse, para que não visse o dente quebrado e pensasse que eu andava relaxando, sem ir ao dentista, e eu andava, e tudo que eu andava fazendo e sendo eu não queria que ele visse nem soubesse, mas depois de pensar isso me deu um desgosto porque fui percebendo, por dentro da chuva, que talvez eu não quisesse que ele soubesse que eu era eu, e eu era."
(Morangos Mofados, Caio Fernando Abreu, p. 38-39)

É um dos livros da lista UEL 2008. Quando for informado de mais conteúdo, eu
acrescento aqui.
XD

ainda bem q naum vo faze vestiba, tá muito depressivo esse livro pra mim... to precisando de coisas alegres no momento!!!!

Consegui descobrir o contexto!
É sobre a transição dos estudantes da 1ª geração (a que lutou pela
liberdade na ditadura) para a 2º geração (aquela que era alienada e já
estava acostumada com o estado de coisas).
Hoje estamos entre a segunda e a terceira, e veja só, como tá piorando.
Tanto que ao ler, você não reconhece que está lendo sobre estudantes, por
conta do tal nível de inteligência.
É aquela coisa: 'quem tem que conquistar a liberdade, sabe o valor dela. quem
já nasce com essa conquista, não dá valor'.
Os morangos estão mofados.